quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dislexia ou preguiça.

O que é dislexia
 
A dislexia é uma das mais comuns deficiências de aprendizado. Segundo pesquisas realizadas, 20% de todas as crianças sofrem de dislexia – o que causa com que elas tenham grande dificuldade ao aprender a ler, escrever e soletrar. Pessoas disléxicas – e que nunca se trataram – lêem com dificuldade, pois é difícil para elas assimilarem palavras. Disléxicos também geralmente soletram muito mal. Isto não quer dizer que crianças disléxicas são menos inteligentes; aliás, muitas delas apresentam um grau de inteligência normal ou até superior ao da maioria da população.

A dislexia persiste apesar da boa escolaridade. É necessário que pais, professores e educadores estejam cientes de que um alto número de crianças sofre de dislexia. Caso contrário, eles confundirão dislexia com preguiça ou má disciplina. É normal que crianças disléxicas expressem sua frustração por meio de mal-comportamento dentro e fora da sala de aula. Portanto, pais e educadores devem saber identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica - e não preguiçosa, pouco inteligente ou mal-comportada.

A dislexia não deve ser motivo de vergonha para crianças que sofrem dela ou para seus pais. Dislexia não significa falta de inteligência e não é um indicativo de futuras dificuldades acadêmicas e profissionais. A dislexia, principalmente quando tratada, não implica em falta de sucesso no futuro. Alguns exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso profissional são Thomas Edison (inventor), Tom Cruise (ator), Walt Disney (fundador dos personagens e estúdios Disney) e Agatha Christie (autora). Alguns pesquisadores acreditam que pessoas disléxicas têm até uma maior probabilidade de serem bem sucedidas; acredita-se que a batalha inicial de disléxicos para aprender de maneira convencional estimula sua criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas e com o stress.

Sinais e Características de Dislexia

O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Portanto, é importante que pais e professores fiquem atentos aos sinais de dislexia para que possam ajudar seus filhos e alunos.

O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para averiguar se ela é disléxica. A dislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.

São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ao contrário. No Jardim de Infância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras; elas também freqüentemente confundem palavras. Esses são apenas alguns dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.


O que pode ser feito


Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala – que qualquer criança acaba adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que a criança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.

É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo; a dislexia não pode passar despercebida. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças disléxicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar àquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.

Emilia Ferreiro


Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 30 anos do que o da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia - Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante - não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. "A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro", diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista.

Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.

Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento - daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular - do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. "Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender", diz Telma Weisz. "Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes."

O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos (leia mais sobre as hipóteses elaboradas pelas crianças na tentativa de explicar o funcionamento da escrita). Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele "releu" o conteúdo aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.
Compreensão do conteúdo

Com base nesses pressupostos, Emilia Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.). Dessa forma, dá-se peso excessivo para um aspecto exterior da escrita (saber desenhar as letras) e deixa-se de lado suas características conceituais, ou seja, a compreensão da natureza da escrita e sua organização. Para os construtivistas, o aprendizado da alfabetização não ocorre desligado do conteúdo da escrita.

É por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização que os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras aparentemente simples e sonoras (como babá, bebê, papa), mas que, do ponto de vista da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela estabelece com os textos inteiros sejam enriquecedoras desde o início.

Segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.

Sala de aula vira ambiente alfabetizador

Uma das principais consequências da absorção da obra de Emilia Ferreiro na alfabetização é a recusa ao uso das cartilhas, uma espécie de bandeira que a psicolinguista argentina ergue. Segundo ela, a compreensão da função social da escrita deve ser estimulada com o uso de textos de atualidade, livros, histórias, jornais, revistas. Para a psicolinguista, as cartilhas, ao contrário, oferecem um universo artificial e desinteressante. Em compensação, numa proposta construtivista de ensino, a sala de aula se transforma totalmente, criando-se o que se chama de ambiente alfabetizador.
Ambiente alfabetizador em escola gaúcha nos anos 1980: Emilia Ferreiro inspira políticas oficiais. Foto: Paulo Franken
Ambiente alfabetizador em escola
gaúcha nos anos 1980: Emilia Ferreiro
inspira políticas oficiais.
Idéias que o Brasil adotou
As pesquisas de Emilia Ferreiro e o termo construtivismo começaram a ser divulgados no Brasil no início da década de 1980. As informações chegaram primeiro ao ambiente de congressos e simpósios de educadores. O livro-chave de Emilia, Psicogênese da Língua Escrita, saiu em edição brasileira em 1984. As descobertas que ele apresenta tornaram-se assunto obrigatório nos meios pedagógicos e se espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto de a própria autora manifestar sua preocupação quanto à forma como o construtivismo estava sendo encarado e transposto para a sala de aula. Mas o construtivismo mostrou sua influência duradoura ao ser adotado pelas políticas oficiais de vários estados brasileiros. Uma das experiências mais abrangentes se deu no Rio Grande do Sul, onde a Secretaria Estadual de Educação criou um Laboratório de Alfabetização inspirado nas descobertas de Emilia Ferreiro. Hoje o construtivismo é a fonte da qual derivam várias das diretrizes oficiais do Ministério da Educação. Segundo afirma a educadora Telma Weisz na apresentação de uma das reedições de Psicogênese da Língua Escrita, "a mudança da compreensão do processo pelo qual se aprende a ler e a escrever afetou todo o ensino da língua", produzindo "experimentação pedagógica suficiente para construir, a partir dela, uma didática".
Biografia

Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da atividade de professora - que exerce também viajando pelo mundo, incluindo frequentes visitas ao Brasil -, a psicolinguista está à frente do site www.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos.

Cantigas de roda

“Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a volta e meia, meia volta vamos dar”. Quem, entre as pessoas com mais de 30 anos, não conhece os versos que embalaram tantas e tantas brincadeiras infantis até os anos 1970?
“Cadê o toucinho que estava aqui? O gato comeu. Cadê o gato? Fugiu pro mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A água apagou...”, e as cantigas de roda? Onde foram parar? Essas tradicionais canções que durante tanto tempo serviram de porta de entrada para o conhecimento popular e para uma primeira e inesquecível aventura pelos campos da prosa e do verso simplesmente sumiram de cena...
Foram substituídas pela televisão, por videogames ou por conversas através dos computadores. O corpo a corpo da criançada, a amarelinha e a queimada foram esquecidos e, com o passar do tempo, passaram a habitar somente os porões da memória de pessoas que viveram aquela delícia de infância. Não, não estou sendo saudosista. Longe de mim qualquer intenção de comparar o ontem e o hoje.
Muitas coisas mudaram e temos que conviver com as alterações, nos adaptar aos novos tempos, saborear as novas possibilidades. Penso apenas que para isso não precisamos abandonar aquilo que tínhamos de melhor, o que mais nos animava e comovia. Jogar taco na rua, subir em goiabeiras ou mangueiras, bater bola descalço pelos campos improvisados de terrão ou ainda curtir as maravilhosas cantigas e parlendas não pode ser esquecido...
Desenho-de-crianca-deitada-rindo-com-sorvete-nas-maos-e-menino-acenando-de-camisa-chapeu-e-gravata
Sambalelê tá doente,
Tá com a cabeça quebrada,
Sambalelê precisava
É de uma boa lambada...
Nesse ínterim o papel da escola é fundamental como espaço de resgate e preservação cultural. Tanto as novas gerações quanto aquelas que já possuem mais experiência em sala de aula, no trabalho com crianças, tem que perpetuar essa matéria prima tão original e rica oriunda das brincadeiras de criança. Se os novos professores desconhecem esse acervo, que tal pesquisar com os profissionais que já as conhecem e utilizam?
Outra alternativa para tomar contato com as cantigas e parlendas é realizar uma boa pesquisa na bibliografia especializada ou ainda pelos caminhos da Internet (tenha sempre a preocupação de verificar as credenciais de quem escreve e as referências utilizadas para a efetivação da pesquisa). Entretanto, para facilitar ainda mais o encontro entre esse conhecimento e as novas gerações de professores, a escritora Ana Maria Machado reuniu várias dessas cantigas nos dois livros da coletânea “O Tesouro das Cantigas para Crianças”.
“Um, dois, Feijão com arroz. Três, quatro, Feijão no prato...”, é bem no ritmo dessa tradicional toada que o livro nos coloca em contato com muitas cantigas, parlendas e histórias. Para facilitar a leitura e o trabalho com as crianças na escola, os livros foram organizados em tópicos como “Dias de Festa”, “Brincando com Números”, “Brincando de Roda”, “Brincadeiras com o Corpo”, “Perguntando e Respondendo” ou ainda, “Contando Histórias”.
Dentro de cada um desses “capítulos” inseridos no primeiro livro, por exemplo, encontramos verdadeiros clássicos como:- Eu fui no Tororó, Pai Francisco, Carneirinho, Cinco Porquinhos, Capelinha de Melão, Teresinha de Jesus e tantas outras cantigas inesquecíveis. Para aumentar ainda mais o interesse e a facilidade de trabalho com as crianças, o livro é acompanhado por um CD contendo todas as músicas e parlendas.
Desenho-de-cravo-e-rosa
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido
E a rosa, despedaçada...
E como os professores de Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental podem fazer uso desse material?
O primeiro passo seria um exame aprofundado do livro e uma pesquisa de campo junto a professores ou pessoas da comunidade que conheçam tais cantigas e que as utilizem em sua vida profissional ou pessoal. Isso permite a todos aqueles que estão iniciando um trabalho com esse recurso uma maior familiaridade e segurança para falar a respeito das cantigas.
O professor que fizer essa prospecção irá conhecer histórias de famílias que cantavam tais cantigas, como eram cantadas (as variações), possibilidades de diálogos a se estabelecer com as crianças sobre esse recurso ou ainda irão pensar em proposições pedagógicas de exploração desse conteúdo em sala de aula. Idéias irão brotar e poderão ser socializadas com outros educadores. É justamente o que se espera no contato entre os profissionais da educação e os variados meios disponíveis para enriquecer o trabalho em classe.
O uso de músicas, imagens, danças, folclore e literatura pode e deve ser encarado como atividade lúdica, de encantamento entre as crianças. Jogos e brincadeiras variadas podem ser estimulados a partir do reconhecimento e identificação das cantigas. Desenhos, histórias seriadas, dramatizações ou pequenos jograis e corais são alternativas de trabalho objetivo a se desenvolver em aula com as crianças.
Desenho-de-soldado-marchando-e-de-crianca-rindo-imitando-atras
Marcha, soldado,
Cabeça de papel.
Se não marchar direito,
Vai preso pro quartel.
É possível, inclusive, mobilizar as crianças para entrevistar pais, tios, avós, amigos ou vizinhos para saber como foi a infância dessas pessoas e de que forma essas cantigas estavam inseridas em suas brincadeiras.
Outra possibilidade interessante de utilizar essas referências seria propor a transformação e/ou atualização da temática das músicas. Por exemplo, ao invés de “O balão tá subindo...”, o professor poderia pedir que os alunos recriassem a cantiga utilizando os modernos meios de transporte, como aviões, trens ou automóveis...
O mais importante em relação a obras desse tipo é a revalorização de um valioso manancial de informações culturais. Se trabalhos como esses não fossem disponibilizados seria pouco provável que as novas gerações de educadores se interessassem em preservar e utilizar esse conhecimento em suas aulas.
Tendo todo um projeto já desenvolvido e que trouxe a tona todas essas cantigas, fica muito mais fácil para os professores reconduzir esse recurso para suas atividades regulares. O que não pode acontecer é a acomodação e a não utilização desse material. É imperativo que nas escolas se converse a respeito das possibilidades de uso por professores de diversas áreas do conhecimento e, de preferência, realizando entre eles um importante e imprescindível movimento interdisciplinar...

Papel do Educador nos dias de hoje

Aprendi muito com meus professores, digo mestres e com meus colegas, mas aprendo muito mais com meus educandos, pois todos nós somos fontes de conhecimento e de saberes que são adquiridos ao longo de nossa vida, no convívio em família, na comunidade, com os amigos, quiçá com os inimigos e também, no trabalho.

No processo de ensino-aprendizagem, nós multiplicadores o que somos? professor, instrutor ou mediador? Na realidade nosso papel pode melhor ser desenvolvido como um mediador de conhecimentos, com a nossa habilidade mediamos o conhecimento de uma equipe para construção de um novo saber, que agregue valor para transformar em sucesso as oportunidades existentes ou resolver um problema quer seja de caráter técnico ou comportamental.

Nós “mediadores” levamos vantagem neste contexto, pois somos uma só pessoa com o nosso conhecimento e uma equipe com uma diversidade de conhecimentos que precisam ser direcionados para a construção de um novo saber. É uma administração de relação ganha-ganha, ganhamos nós por usar a nossa capacidade de estimular os educandos a despertarem seus conhecimentos e desenvolverem ações necessárias para termos um mundo melhor. Ganham os educandos por serem atores desta transformação e não somente réplica de um só conhecimento como se pensava no passado: o do mestre, sem poder de argüição.

O que é bullying?

O que é bullying?

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podesm apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

Canções de ninar

A relação das crianças com a voz materna e a memória sonora delas começam ser a formadas na gestação. Segundo o psiquiatra francês Serge Lebovici (1915-2000), essas "impressões sonoras" preparam o vínculo do filho com a mãe para quando o cordão umbilical não os unir mais. Por isso, de acordo com Ana Paula Stahlschmidt, psicóloga e doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é interessante que os pequenos ouçam a voz da mãe desde cedo, inclusive na hora do acalanto, como também são chamadas as canções de ninar.

No mundo todo, o passar do tempo muda as gerações e as culturas, mas essas músicas, que embalam o sono dos bebês, têm lugar cativo no repertório familiar. Elas acalmam, aconchegam e dão segurança para que os bebês durmam. Curtas e repetitivas, são fáceis de decorar.

"Na creche, as canções de ninar ajudam a estabelecer outro laço afetivo: o do educador com as crianças, que passam a se sentir mais tranquilas e acolhidas", explica Sandra da Cunha, professora de Música na Escola Municipal de Iniciação Artística de São Paulo.

Canções aproximam as famílias da creche

Além do bem-estar das crianças, os acalantos promovem outros ganhos. Ao colocá-los em cena, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o docente contribui para o desenvolvimento da percepção e atenção da turma, tal como ocorre com a exploração de brincadeiras com palmas, rodas e cirandas.

As canções também estreitam os laços da família com os pequenos e com a instituição. Uma ideia é pedir para os pais gravarem as músicas preferidas dos filhos para que, além das canções, a voz deles também chegue à instituição.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ludicidade


Uma Educação mais prazeroza.
A educação para obter um ensino mais eficiente aperfeiçoou novas técnicas didáticas consistindo numa prática inovadora e prazerosa. Dentre essas técnicas temos o lúdico, um recurso didático dinâmico que garante resultados eficazes na educação, apesar de exigir extremo planejamento e cuidado na execução da atividade elaborada. O jogo é a atividade lúdica mais trabalhada pelos professores atualmente, pois ele estimula as várias inteligências, permitindo que o aluno se envolva em tudo que esteja realizando de forma significativa. Através do lúdico o educador pode desenvolver atividades que sejam divertidas e que sobretudo ensine os alunos a discernir valores éticos e morais, formando cidadãos conscientes dos seus deveres e de suas responsabilidades, além de propiciar situações em que haja uma interação maior entre os alunos e o professor numa aula diferente e criativa, sem ser rotineira. Palavras Chaves: educação, ensino, lúdico, jogo, dinâmico, educador, valores.
A princípio, a explanação desse trabalho tem como objetivo mostrar a importância de se trabalhar o lúdico na esfera escolar para a obtenção de qualidade no processo educacional. E para que essa aprendizagem aconteça de forma significativa e dinâmica, o professor tem como apoio a técnica dos jogos.
São muitos os estudiosos do assunto, e para este trabalho foram consultados autores que relatam a importância do lúdico e do uso dos jogos em atividades didáticas para fundamentar ainda mais os pontos principais e melhor afirmar o que foi explanado, são eles: Airton Negrine, Celso Antunes, Gilda Rizzo e Helena Nylse Cunha.
A educação tem por objetivo principal formar cidadãos críticos e criativos com condições aptas para inventar e ser capazes de construir cada vez mais novos conhecimentos. O processo de Ensino/Aprendizagem está constantemente aprimorando seus métodos de ensino para a melhoria da educação. O lúdico é um desses métodos que está sendo trabalhado na prática pedagógica, contribuindo para o aprendizado do alunado possibilitando ao educador o preparo de aulas dinâmicas fazendo com que o aluno interaja mais em sala de aula, pois cresce a vontade de aprender, seu interesse ao conteúdo aumenta e dessa maneira ele realmente aprende o que foi proposto a ser ensinado, estimulando-o a ser pensador, questionador e não um repetidor de informações.
È preciso ressaltar que o termo lúdico etimologicamente é derivado do Latim "ludus" que significa jogo, divertir-se e que se refere à função de brincar de forma livre e individual, de jogar utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da recreação, sendo ainda maior a sua abrangência. Assim, pode-se dizer que o lúdico é como se fosse uma parte inerente do ser humano, utilizado como recurso pedagógico em várias áreas de estudo oportunizando a aprendizagem do indivíduo. Dessa forma, percebem-se as diversas razões que levam os educadores a trabalharem no âmbito escolar as atividades lúdicas.
Como vemos Gilda Rizzo (2001) diz o seguinte sobre o lúdico:
"... A atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual." (p.40).
Diante de tal pensamento que a estudiosa coloca, observa-se que o principal papel do educador é estimular o alunado à construção de novos conhecimentos e através das atividades lúdicas o aluno acaba sendo desafiado a produzir e oferecer soluções às situações-problemas impostas pelo educador. Pois o lúdico é um dos motivadores na percepção e na construção de esquemas de raciocínio, além de ser uma forma de aprendizagem diferenciada e significativa.
Convém ressaltar que o educador deve ter cuidado ao desenvolver uma atividade trabalhando o lúdico, por ser uma tarefa dinâmica, o professor fica na condição de estimulador, condutor e avaliador da feitura da atividade, no entanto o educador é o elo entre o lúdico e os alunos.
Da mesma forma deve ater-se na quantidade de atividades lúdicas, pois utilizada exageradamente acabam tornando-se rotineira e transformando-se numa aula tradicional.
Nylse Cunha (1994) acredita que a ludicidade oferece uma "situação de aprendizagem delicada", ou seja, que o professor precisa nutrir o interesse do aluno, sendo capaz de respeitar o grau de desenvolvimento das múltiplas inteligências do mesmo, do contrário a atividade lúdica perde completamente sua riqueza e seu valor, além do mais o professor deve gostar de trabalhar esse novo método sendo motivador a fazer com que os alunos gostem de aprender, pois se o educador não se entusiasmar pelo que ensina o aluno não terá o interesse em aprender.
Celso Antunes (2001) argumenta da seguinte forma: "Um professor que adora o que faz, que se empolga com o que ensina, que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta seu tema sempre em situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da profissão, das relações humanas, da turma..."(p.55).
A atividade lúdica mais trabalhada atualmente nas escolas pelos professores é o jogo, principalmente nas salas de aula do ensino fundamental por ter sua clientela na maioria das vezes formada por crianças. Sendo importante dizer que a palavra "jogo" foi utilizada para se referir ao "brincar", se tratando de forma lúdica, levando em conta que o indivíduo não apenas se diverte jogando, mas também aprende.
A palavra "jogo" etimologicamente origina-se do latim "iocus", que significa brincadeira, divertimento. Em alguns dicionários da Língua Portuguesa aparece com definição de "passatempo, atividade mental determinada por regras que definem ganhadores e perdedores".
Numa de suas palestras Airton Negrine (1997) cita o seguinte:
"... a palavra "jogo" apresenta significados distintos uma vez que pode ser entendida desde os movimentos que a criança realiza nos primeiros anos de vida agitando os objetos que estão ao seu alcance, até as atividades mais ou menos complexas..." (p.44).
Pode-se dizer então que a palavra "jogo" apresenta significados variados, desde uma brincadeira de criança com fins restritos em diversão até as atividades mais complexas com intuito de adquirir novos conhecimentos.
Gilda Rizzo (2001) diz que "os jogos, pelas suas qualidades intrísecas de desafio à ação voluntária e consciente, devem estar, obrigatoriamente, incluídos entre as inúmeras opções de trabalho escolar."
Pois o objetivo principal do jogo como atividade lúdica é proporcionar ao indivíduo que está jogando, conhecimento de maneira gratificante, espontânea e criativa não deixando de ser significativa independente de quem o joga, deixando de lado os sistemas educacionais extremamente rígidos.
Trabalhar com os jogos na sala de aula possibilita diversos objetivos, dentre eles, foram pontuados os seguintes:
  • Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e as inteligências múltiplas;
  • Dar oportunidade para que aprenda a jogar e a participar ativamente;
  • Enriquecer o relacionamento entre os alunos;
  • Reforçar os conteúdos já aprendidos;
  • Adquirir novas habilidades;
  • Aprender a lidar com os resultados independentemente do resultado;
  • Aceitar regras;
  • Respeitar essas regras;
  • Fazer suas próprias descobertas por meio do brincar;
  • Desenvolver e enriquecer sua personalidade tornando-o mais participativo e espontâneo perante os colegas de classe;
  • Aumentar a interação e integração entre os participantes;
  • Lidar com frustrações se portando de forma sensata;
  • Proporcionar a autoconfiança e a concentração.
Nota-se também um entusiasmo maior sobre o conteúdo que está sendo trabalhado por haver uma motivação dos educandos em expressar-se livremente, de agir e interagir em sala de aula. Mas lembrando sempre que os jogos devem está devidamente associado aos conteúdos e aos objetivos dentro da aprendizagem, auxiliando a parte teórica, tornando o ensino mais prazeroso apresentando opiniões para crescer ainda mais o trabalho dos profissionais da área da educação.
Diante de tal objetivo, os jogos escolhidos pelos educadores para trabalhar precisam ser estudados intimamente e analisados rigorosamente para serem de fato eficientes, porque os jogos que não são testados e pesquisados não terão seu exato valor, tornado-se ineficazes, obviamente, uma atividade lúdica nunca deve ser aplicada sem que tenha um benefício educativo. O professor pode criar seus próprios jogos, a partir dos materiais disponíveis na instituição de ensino em que leciona ou até mesmo na sala de aula, porém precisa atentar para a forma de como serão trabalhados, não esquecendo os objetivos e o conteúdo a ser desenvolvido. O educador precisa ter muito mais força de vontade, criatividade, disponibilidade, seriedade, competência que dinheiro para construir um jogo.
Celso Antunes (2003) cita o seguinte sobre o jogo:
"O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real".
De acordo com Celso Antunes, pode-se afirmar que a ludicidade do jogo proporciona momentos mágicos e únicos na vida de um indivíduo, pois no mesmo instante que diverte, ensina e desenvolve o raciocínio e a criatividade além de obter responsabilidade diante da situação colocada a ele.
Diante de tudo que fora mencionado, pode-se dizer sem sombra de dúvida que o lúdico é importante sim para uma melhoria na educação e no andamento das aulas, provocando uma aprendizagem significativa que ocorre gradativamente e inconscientemente de forma natural, tornando-se um grande aliado aos professores na caminhada para bons resultados.
E que é dever do professor mudar os padrões de conduta em relação aos alunos, deixando de lado os métodos e técnicas tradicionais acreditando que o lúdico é eficaz como estratégia do desenvolvimento na sala de aula.
Espera-se que esta proposta de abordagem vá de encontro com o que foi proposto realizar, e essencialmente, que seja de suporte para professores que já atuam no ambiente escolar, e aos futuros professores a tornar suas aulas mais dinâmicas fazendo com que a sala de aula se transforme num lugar prazeroso, construindo a integração entre todos que a freqüentam.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desenvolvimento socio-afetivo.


Infância e cultura - outros espaços de Educação Infantil
As crianças são seres sociais

Têm uma história, pertencem a uma classe social, estabelecem relações segundo seu contexto de origem, têm uma linguagem, ocupam um espaço geográfico e são valorizadas de acordo com os padrões do seu contexto familiar e com a sua própria inserção nesse contexto. Elas são pessoas, enraizadas num todo social que as envolve e que nelas imprime padrões de autoridade, linguagem, costumes. Essa visão de quem são as crianças - cidadãos de pouca idade, sujeitos sociais e históricos, criadores de cultura - é condição para que se atue no sentido de favorecer seu crescimento e constituição, buscando alternativas para a educação infantil que reconhecem o saber das crianças (adquirido no seu meio sócio-cultural de origem) e oferecem atividades significativas, onde adultos e crianças têm experiências culturais diversas, em diferentes espaços de socialização.

Muitos estudos criticam a dominação que ainda está presente na educação infantil; o adultocentrismo marca as produções teóricas e as instituições. Reconhecer na infância sua especificidade - sua capacidade de imaginar, fantasiar e criar - exige que muitas medidas sejam tomadas. Entender que as crianças têm um olhar crítico que vira pelo avesso a ordem das coisas, que subverte o sentido da história, requer que se conheça as crianças, o que fazem, de que brincam, como inventam, de que falam.(5) Nesta concepção de infância, história e linguagem são dimensões importantes de humanização: há uma história a ser contada porque há uma infância do homem. Se compreendermos as crianças, compreenderemos melhor nossa época, nossa cultura, a barbárie e as possibilidades de transformação. Para a educação infantil desempenhar seu papel no desenvolvimento humano e social é preciso que a criança não seja vista como filhote ou semente, mas como cidadã criadora decultura, o que tem implicações profundas para o trabalho em creches, pré-escolas e outros espaços, de caráter científico, artístico ou cultural, já que "as crianças se sentem irresistivelmente atraídas pelos destroços que surgem da construção, do trabalho no jardim ou em casa, da atividade do alfaiate ou do marceneiro. Nestes restos que sobram elas reconhecem o rosto que o mundo das coisas volta exatamente para elas, e só para elas. Nestes restos elas estão menos empenhadas em imitar as obras dos adultos do que em estabelecer entre os mais diferentes materiais, através daquilo que criam em suas brincadeiras, uma nova e incoerente relação.

O colo na Educação Infantil é permitido?

A característica assistencialista da creche é hoje em dia ainda muito forte, muito presente em algumas instituições e na consciência de muitas pessoas. Noutras há objetivos educacionais explícitos como proposta pedagógica fundamentada nas ciências pertinentes e com profissionais qualificados.

Cuidado e educação são assuntos polêmicos, não há como indissociá-los num ambiente como a creche, "ao cuidar ou descuidar do outro, estamos colocando-o em certa posição, dando-lhes certos sentidos, os quais contribuem para construí-lo como pessoa." (Rossetti-Ferreira, 2003, p. 10). Quando a criança é alimentada, precisa tomar banho, dormir ou ser medicada, são situações que soam como mero assistencialismo, requerendo uma dinâmica um tanto mecânica e prática vista por alguns como pouco importante; no entanto, são nesses momentos em que se instiga a criança a ser autônoma, responsável, ativa, interagindo com os demais. É a identidade da criança que está se formando, e as atividades diárias são participantes deste processo, pois muito da cultura do grupo é transmitida nesses momentos.

O viés seguido na dinâmica diária de uma creche relaciona-se com cuidado e educação. Cada sala, cada grupo e cada educador possui sua maneira de conduzir essa dinâmica. Quando a criança é remanejada da turma, o novo educador precisa ter maior atenção pois além de estar num novo ambiente, a maneira como se é cuidado e educado diferem.

O olhar estabelece uma troca de sentimentos de confiança (ou desconfiança), manifesta carinho e compreensão, (ou indiferença e raiva), desperta entusiasmo e alegria (ou inibe e amedronta); o toque da mão do adulto pode transmitir segurança ou medo, entrega ou retraimento (...) o ato de dar banho, trocar a fralda, vestir e pentear o cabelo são gestos de comunicação humana entre o adulto e a criança nos quais há uma troca profunda de sentimentos e, portanto, de organização mental, de estruturação interior, de formação da auto-imagem, (...) o modo como se encara de birra, de desagrado, de curiosidade das crianças, como se busca a superação de comportamentos de 'agressão' e como se promove a interação social determina o tipo de educação que se está dando a elas; a fala do adulto inicia a criança na linguagem, pois vai dizendo o que ela faz, o que as outras estão fazendo, o que sentem, e, assim, vai mediando os atos por meio da linguagem. Não há um conteúdo educativo na creche desvinculado dos gestos de cuidar. Não há um ensino, seja um conhecimento ou um hábito, que utilize uma via diferente da atenção afetuosa, alegre, disponível e promotora da progressiva autonomia da criança." (Didonet, 2003, p. 9)

Nas situações em que a criança interage com o adulto de referência e com as demais crianças transparece o caminho para a inclusão dela na nova turma. Observá-la com atenção, convidá-la para ingressar e interagir com os pares em situações simples como ajudar a organizar os livros na estante, guardar os brinquedos numa caixa, arrumar os talheres e pratos na mesa, ajudar no banho de outra criança, enfim, dependendo da idade da criança o educador pode encontrar inúmeras maneiras de construir com o novo membro do grupo um ambiente acolhedor e capaz de incluí-lo verdadeiramente, não somente integrá-lo.

Mittler aponta uma grande diferença entre integrar e incluir. Utilizamos equivocadamente essas duas palavras como sinônimos. Integrar comporta um conceito de prontidão, ou seja, estar apto a algo para "passar a diante". Incluir refere-se a mudanças que envolvem tanto o currículo bem como a dinâmica pedagógica dos educadores. De nada adianta um preparo com o intuito de integrar a criança no novo grupo se este novo grupo não considerar todas as mudanças que ocorrerão com essa criança. Essas mudanças podem trazer muitos sentimentos diferentes, como ansiedade, medo, tristeza, frustração ou culpa caso não sejam compreendidas.

A criança nesse novo momento poderá se sentir mais segura com objetos particulares como chupeta, ursinho, fralda para segurar na mão, etc. Pode chorar durante bom tempo ou em determinados momentos, isolar-se do grupo e brincar sozinha, fugir para a sala anterior ou pedir colo. Essas situações requerem um certo preparo do educador, que muitas vezes acredita que tudo isso que acontece com a criança seja manha para chamar a atenção.

Os momentos de acolher, dar colo, carinho e atenção podem soar ao educador como puro assistencialismo, sem conteúdo educacional. No entanto, enquanto eu acolho há um envolvimento tanto emocional como verbal.

"É com o olhar do outro que nos comunicamos com nosso próprio interior. Tudo o que diz respeito a mim chega a minha consciência mediante a palavra dos outros, com sua entonação valorativa e emocional. Do mesmo modo como o corpo da criança inicialmente se forma no interior do corpo da mãe, a consciência do homem desperta a si própria envolvida na consciência alheia." (Oliveira apud Backtin, 1985, p. 27.)

Durante o acolhimento de uma criança há interação verbal, onde o educador expressa através da fala palavras que possam trazer à criança um sentimento de conforto, compreensão. A linguagem, a interação entre sujeitos através da fala em qualquer momento dentro da creche, está vinculada a questões educacionais. Não há como fragmentar a assistência e educação neste ambiente. Não há como acreditar que o trabalho do educador que presta assistência é inferior àquele que educa, porque ambos os trabalhos são indissociáveis. As crianças que não freqüentaram creches ou jardins-de-infância vão para a escola para serem educadas? Elas chegam à escola nulas de educação?

Acreditamos que a questão da assistência é considerada inferior à educação por questões ideológicas produzidas na nossa sociedade. Muitas vezes esta diferença se faz entre os próprios educadores, menosprezando o trabalho de uns e enaltecendo o de outros.

Cuidar e educar são elementos indissociáveis e possibilitadores de inclusão. A maior parte do dia-a-dia de uma creche está centrada em momentos práticos e de assistência por questões de direitos prioritários à infância, como alimentação, higiene, descanso e momentos de lazer onde as brincadeiras ocupam seu lugar. Seremos educadores que acreditam que durante esses momentos não há nenhum conteúdo ligado à educação? Seremos educadores que acreditam que os momentos de lazer, onde as brincadeiras infantis se evidenciam, são situações que acontecem porque as crianças não tem outra coisa para fazer?

Todas atividades diárias que surgem na creche, a própria rotina apresentam ligações com conteúdos educacionais. Desde a orientação de como se portar à mesa até a construção de uma brincadeira coletiva no parque.

A música na educação.

Música e Educação: um casamento que dá certo

Por Mariana Parisi

Do Ré Mi Fá Sol Lá Si. No embalo da musicalidade é que muitos educadores estão conseguindo prender a atenção dos alunos, e é no mesmo embalo que alunos estão conseguindo entender melhor as aulas.

A música é uma poderosa aliada educacional e um estímulo para o aprendizado. Os educadores brasileiros descobriram que têm condições de criar materiais de alta qualidade para seus alunos e não apenas de transmitir o que encontram nos livros, e a música é uma dessas descobertas.

Foi constatado também que a música não serve só para acalmar e disciplinar aquela turma desatenta e desobediente, mas serve ainda para diversas áreas do cérebro e facilita o aprendizado.

Segundo Paulo Roberto Suzuki, professor e educador na área de computação e criatividade, músico, estudante e pesquisador na área de musicoterapia, pesquisas da neurociência dos últimos 10 anos fizeram constatações significativas no processo cerebral em relação à música.

A música é um dos estímulos mais potentes para os circuitos do cérebro. Além de ajudar no raciocínio lógico-matemático, contribui para a compreensão da linguagem e para o desenvolvimento da comunicação, para a percepção de sons sutis e para o aprimoramento de outras habilidades.

“A música atua nos dois hemisférios do cérebro. O lado esquerdo que é mais lógico e seqüencial e o direito que é holístico, intuitivo, criativo. No processo musical os dois lados são trabalhados”, diz Suzuki.

Pesquisas realizadas com o intuito de provar essa característica de estímulo cerebral da música mostram que, depois de meses de aula de piano e canto, crianças mostraram melhores resultados na cópia de desenhos geométricos, na percepção espacial e no jogo de quebra-cabeças do que as que não tiveram aulas de música.

No início deste ano, foi ministrado no Brasil o 1o Curso Internacional Orff-Schulwerk, que ensinou mais de 60 educadores a aplicar o método ativo de educação musical do compositor alemão Carl Orff.

Os objetivos do curso foram: proporcionar recursos para a utilização da música em sala de aula, desenvolver a sensibilidade musical e estética para a prática da música e da dança, estimular a sociabilização por meio destas atividades e valorizar o silêncio e a quietude como elementos indispensáveis para desenvolvimento da concentração.

A opinião dos educadores que participaram do curso e que o aplicaram em sala de aula é de que casar a musicalidade com a educação é possível porque não é preciso utilizar, necessariamente, instrumentos. Dá pra abusar da voz, da dança simples e até mesmo de um movimento individual criado na hora.

Infelizmente, o uso da música na escola não é uma realidade. “A música como ensino nas escolas sumiu. Isso é muito ruim porque o aprendizado da prática musical favorece a condição do estudante com relação à criatividade. Com a música ele fica mais criativo, sabe improvisar, ter mais naturalidade a lidar com os conteúdos e isso acaba favorecendo, de forma genérica, o aprendizado”, afirma Suzuki.


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

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Este video  ajuda no desenvolvimento da linguagem na Educação Infantil.

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Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire